0 sofrimento, sinal de dileção
Lucia Nga Thi Vu
Segundo São Tomás, após o pecado original, estabeleceu-se na alma humana a necessidade do sofrimento para lhe facilitar a aceitação de seu estado de contingência e, assim, levá-la a recorrer ao auxílio sobrenatural. Sem esse poderoso auxílio, acentuar-se-ia no homem a tendência de fechar-se sobre si mesmo e constituir-se em centro do universo. A dor obriga-o a juntar as mãos em atitude de oração e a implorar a proteção de Deus.
A cruz é uma honra que Nosso Senhor dá para aqueles a quem ama. Por isso, Garrigou — Lagrange assinala: “Que maior prova de amor pode dar Deus a uma alma do que fazer dela uma vítima de amor, em união com o Crucificado?” (LAGRANGE, 1999, p.31 O).
O aceitar com resignação todos os sofrimentos e cruzes que, ao longo da vida, tem-se de carregar é de suma importância para todos aqueles que, por amor a Deus, resolvem trilhar as vias da virtude. Nosso Senhor Jesus Cristo deu-nos esse exemplo, ao submeter-se a dores atrozes, físicas e morais, no cumprimento de Sua missão redentora da humanidade.
Porém, a compaixão de Jesus para com todos aqueles que sofrem é tão grande que Ele se identifica com eles: “Estive doente e me visitastes” (Mt 25,36). Deste modo, cumpri-se de modo perfeito a profecia de Isaias: “Tomou nossas enfermidades e sobrecarregou-se dos nossos males” (Is 53,4).
Esse amor de predileção, por todos nós, alivia-nos os sofrimentos e ajuda-nos a encará-los como o Apóstolo Paulo: “Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada” (Rm 8, 18).
This piece was cogent, well-written, and pithy.