É possível sentir Jesus na Comunhão?
Bruna Almeida Piva
Imaginemos se isto não fosse assim, e se Nosso Senhor Se fizesse perceptível aos nossos sentidos; se nós pudéssemos ver, por exemplo, “um pequeno movimento de sua mão divina, e observar seu pulso, considerando que ali pulsa o Sagrado Coração de Jesus, uma vez que a pulsação do Coração se reflete nas veias”[1]; ou se pudéssemos ouvir sua santa voz, grave, séria e muito suave ao mesmo tempo, nos dizendo palavras de consolação, ou mesmo de correção. Que respeito, que júbilo, que alegria não teríamos em relação a esse sublime Sacramento!
Ora, Nosso Senhor está na Hóstia; nós não O vemos, mas cremos. Ao chegar a hora da comunhão na Santa Missa quantas vezes pensamos: “Agora vou comungar, e Jesus vai estar realmente presente em mim. Será que Ele não vai me dizer nada?” Sim! No interior de nossas almas, Ele dirá: “Meu filho, quando dois estão juntos, um sente o outro. Será que quando Eu estou em ti não sentes nada? Ouve a linguagem silenciosa de minha presença, que não te fala aos ouvidos. Presta atenção em Mim! Eu estou em ti, a graça te fala. Tu não sentes nada?”[2]
Já dizia um sábio sacerdote do século XIX: “Voz de Cristo, voz misteriosa da graça que ressoais no silêncio dos corações, vós murmurais no fundo das nossas consciências palavras de doçura e de paz”.[3] É um silêncio que diz muito mais que mil palavras; “é algo que comunica luz, amor, força. E permanece em nossa alma, embora para muitos pareça ser passageiro”.[4] Apesar de não O podermos perceber através dos sentidos, Ele não deixa de nos falar à alma, e de nos enriquecer com Sua presença. A cada comunhão que, pelos rogos de Maria Santíssima, recebemos, a inteligência se torna mais perspicaz para os assuntos da fé, o amor a Deus e ao sobrenatural cresce, e nossas forças para vencer as tentações e fazer sacrifícios, assim como a vontade de lutar contra nossos pecados e más inclinações, se multiplicam por si mesmas.[5]
Nesta vida, pode nos ser uma provação o fato de não podermos ver a Nosso Senhor na Eucaristia. Porém, se ficarmos firmes na fé, e formos ardorosos devotos desse sublime Sacramento, na vida futura isso nos será motivo de grande alegria, como diz São Pedro: “Deste modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira,mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo, e alcançará louvor, honra e glória, no dia da manifestação de Jesus Cristo. Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação”. (I Pd 1, 7-9)
Sejamos assíduos frequentadores das Santas Missas, fervorosos “ouvintes” das misteriosas vozes divinas que clamam em nós, seja em meio às consolações ou durante as provações, e, no Céu, poderemos, enfim, ver, sentir e até mesmo abraçar a Nosso Senhor Jesus Cristo durante toda a Eternidade.
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[1] CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. A Eucaristia, eixo da piedade católica. Dr. Plinio, São Paulo, n. 156, mar. 2011, p. 30.
[2] Cf. Loc. cit.
[3] SAINT-LAURENT, Thomas de. O livro da Confiança. São Paulo: Teixeira, [s. d.], p. 9.
[4] CORRÊA DE OLIVEIRA. Op. cit., p. 30.
[5] Cf. Loc. cit.
Nós deveríamos ter em relação a Eucaristia esse entusiasmo que tinha Santa Maria Madalena (no Santo Sepulcro), ela estava atrás de um corpo inerte de um corpo separado da alma e um corpo padecente, ela acordou de madrugada, para o túmulo, com as mãos ela iria rolar aquela pedra? para o amor nada é impossível, quando o amor é radical o amor derrete as pedras, ela foi com aquele entusiasmo, o corpo que estava ali cheio de talas, para ela não ouve barreiras ela quis chegar ate lá e queria a todo custo encontrar-se com esse corpo, nem era comungar era poder tocar, poder perfumar esse corpo. E nós na Eucaristia encontramos o corpo glorioso, vivo, inteiramente unido a alma, inteiramente unido a divindade, então nós quando temos a possibilidade não de perfumar e nem sequer temos que rolar uma pedra, nós temos tudo a nossa disposição, nós deveríamos acordando de manhã a primeira coisa há Santo Sepulcro, quero me encontrar com Ele, isso é justamente uma alma entusiasmada cheia de Deus uma alma cheia de luz uma alma cheia de fogo.
Pequeno trecho Homilia de Mons. João Clá
Muito obrigada por tão lindo texto e reflexão feita pelo Sr.Carlos Rogério.Gostei muito!
“E nós na Eucaristia encontramos o corpo glorioso, vivo, inteiramente unido a alma, inteiramente unido a divindade”.