O sorriso do Divino Infante
Gabriela Victoria Silva Tejada
Corria o ano de 1223. A neve cobria, como um branco manto, a pequena cidade de Greccio, no centro-sul da Itália. Os sinos anunciavam com alegria a noite de Natal. Todos os habitantes da região, em sua maioria camponeses, se encontravam em torno de São Francisco, que tentava com ardor explicar-lhes o mistério do nascimento do Divino Menino Jesus. Todos escutavam com atenção, entretanto… era patente que não estavam entendendo.
O grande santo procurou, então, um modo mais didático para explicar-lhes. Mandou trazer uma imagem do Menino Jesus, uma manjedoura, palhas, um boi e um burrinho. Os assistentes, muito surpreendidos, saíram rapidamente à procura de todo o pedido. Em pouco tempo, o Santo compôs a cena: no centro, a manjedoura com as palhas; ao fundo, os dois pacíficos animais. Faltava apenas a imagem do Menino Jesus. Com grande devoção, São Francisco tomou-a nos braços para depositá-la na manjedoura.
Milagre! Ante os olhos maravilhados de todos a imagem toma vida e o Menino sorri para São Francisco, que O abraça com terna afeição. De imediato todos se ajoelham numa profunda atitude de adoração.
O Menino Deus sorri uma vezes e abençoa a todos. Poucos instantes depois, havia sobre as palhas uma simples imagem inanimada… Mas, na alma de todos, permaneceu a lembrança viva do Menino Jesus. Ele lhes havia sorrido!
A partir de então, o povo de Greccio armava todos os anos o “presépio de São Francisco”, com a cândida esperança de que o milagre se renovasse. Nunca foram enganadas suas esperanças. Ainda que a imagem não voltasse a tomar vida, a Virgem Maria lhes falava, especialmente, no fundo das almas, derramando sobre eles abundantes graças. Que graças? As graças próprias à liturgia natalina.
Entretanto, apenas os habitantes de Greccio são objeto de tais graças? Não! Em todos os presépios do mundo está presente o Menino Jesus, com Maria sua Mãe, e São José, à espera de que nos aproximemos para, também nós, recebermos um sorriso e uma bênção.
É justo por esse motivo que se espalhou pelo mundo católico o costume de montar presépios no Natal.
Deste modo, caro leitor, o Menino Jesus está nos convidando, à imitação dos habitantes de Greccio, a ajoelhar-nos com verdadeira piedade diante d’Ele no presépio e, por intercessão da Virgem Maria, pedir para todos nós esse sorriso e essa bênção que comunicam a felicidade e a paz.