O caminho de dor anuncia a vitória

Ir. Rafela Grossi, EP
1º Ano de Ciências Religiosas

S_Joao_Batista

Muitos já devem ter ouvido falar de cristãos que morreram por não quererem negar a Religião Católica. Não será que cometeram uma imprudência com tal atitude? Devemos analisar, antes de tudo, o seguinte: qual era o objetivo de suas entregas? Por quem arriscavam a vida? O que os levava a superar o próprio instinto de conservação?

Voltemos a atenção sobre um comentário de Santa Teresinha do Menino Jesus: “O amor nutre-se de sacrifícios. Quanto mais a alma se nega às exigências da natureza, tanto mais robusta e abnegada se torna sua ternura”. Sendo assim, podemos considerar o sacrifício do martírio como uma prova sublime de amor e de entrega a Nosso Senhor Jesus Cristo. Pois Ele próprio disse: “Ninguém tem um maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos (Jo 15, 13). Quando a alma está arrebatada de fervor pela Igreja Católica, nada a impede de derramar seu sangue, até a última gota, para que o Nome de Jesus seja glorificado. O seu único desejo é lutar em defesa da Igreja e de realizar as obras mais heroicas: percorrer a Terra e implantar em todas as partes a gloriosa Cruz de Cristo; anunciar o Evangelho no mundo inteiro, até nas mais longínquas ilhas; enfim, fazer de sua existência um contínuo holocausto a serviço da Causa Católica, sem importar-se com as opiniões alheias e o perigo de vida a que se expõe por realizar tal ato, porque sabe que depois de ter abraçado e osculado a sua cruz receberá do Divino Mestre a coroa da vitória, reservada àqueles que renunciaram a si mesmos para seguir os passos do seu Bem-Amado.

Com efeito, um exemplo de abnegação e entrega podemos observar na história de São João Batista. Sendo ele chamado a preparar o caminho do Salvador, anunciou ao povo judeu a necessidade de uma conversão sincera e realmente frutuosa. A sua única preocupação era a de cumprir a vocação para a qual fora chamado e levar os corações a se purificarem para receber dignamente o Messias. Ele produzia um choque em muitos, pois era inteiramente reto, simples e eloquente. E bradava em todos os lugares: “Fazei penitência.”

Ora, Herodes, o tetrarca, repreendido por ter tomado Herodíades, mulher de seu irmão Felipe, como esposa e por causa de todos os crimes que praticara, mandou encarcerar o Batista. Já tinha os planos preparados para matá-lo; contudo, temia a multidão que considerava João como profeta.

Na festa do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou em sua presença, o que lhe agradou enormemente… então, disse à moça:
– Prometo com juramento dar-te tudo o que me pedires!

Sendo instigada por sua mãe, que também possuía um ódio mortal a João, a moça declarou o seu pedido:
– Dá-me, num prato, a cabeça de João Batista!

O rei, como cumprimento de seu juramento, mandou seus servos até o cárcere para decapitar João. Trouxeram, então, a cabeça e a entregaram à moça que logo após deu à sua mãe.

Analisando este fato, alguém poderia se perguntar: que glória teve João Batista morrendo sozinho num cárcere? Por que entregou sua vida tão facilmente e sem resistências? Isso não é uma loucura? Não seria melhor arrepender-se de tudo e ser libertado?

Ora, nada é mais nobre e mais bonito, nada revela mais integridade de alma do que aceitar sofrer por Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando uma alma resolve abraçar a dor, barreiras enormes são abatidas, dificuldades aterrorizantes caem por terra e se abre o caminho para a visão beatífica. De fato, João verteu o seu sangue em união com o Cordeiro de Deus, que logo seria também imolado no Calvário. Como um herói, enfrentou Herodes e morreu mártir, dando um exemplo sublime de grandeza e de serenidade.

Assim sendo, quando Deus nos oferecer cruzes e perplexidades difíceis de enfrentarmos, saibamos seguir os exemplos dos Santos, abraçando a dor com entusiasmo e ufania.

One response to “O caminho de dor anuncia a vitória”

  1. Ceres de Andrade Paes disse:

    Salve Maria,
    Prezada Ir.Rafaela Grossi,EP.
    Que lindo texto!Gostei muito!
    Muito obrigada!
    “…fazer de sua existência um contínuo holocausto a serviço da Causa Católica, sem importar-se com as opiniões alheias e o perigo de vida a que se expõe por realizar tal ato, porque sabe que depois de ter abraçado e osculado a sua cruz receberá do Divino Mestre a coroa da vitória, reservada àqueles que renunciaram a si mesmos para seguir os passos do seu Bem-Amado”
    Estarei sempre unida em orações e no coração rezando para as Senhoras, pedindo à Querida Nossa Senhora de Fátima, à Sta.Teresinha do Menino Jesus,ao Santo Papa João Paulo II que lhes abençoe SEMPRE!
    Peço-lhes Orações!
    Rezemos também para novas vocações religiosas.
    Um abraço fraterno e carinhoso,Irmã!
    Ceres Paes..

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