E os Anjos proclamavam “Glória”!
Maria Beatriz Ribeiro Matos
Pelos séculos vindouros, a Igreja jamais cessará de recordar a jubilosa homenagem que os coros dos Anjos prestaram ao Deus Menino, nascido em Belém: “Glória a Deus no mais alto dos Céus”.
Glória! Não há quem não a almeje! E quantos correm atrás dela… Entretanto, poucos a encontram.
Há aqueles que baseando-se nos próprios dotes — reais ou imaginários — creem já tê-la conquistado, atribuindo ao próprio mérito aquilo que de Deus receberam ou que sua fantasia forjou para si. Tal glória, contudo, é inteiramente subjetiva, pois só é comprovada pela própria pessoa.
Outros, embora constatando suas deficiências, procuram revestir suas ações de uma aparência extraordinária, no intuito de serem tidos em grande conta e ganhar os aplausos dos demais. Também esta é uma glória irreal, já que, longe de se fundamentar em fatos, procede da opinião errônea de outrem.
Ora, a glória verdadeira atinge o seu ápice quando alguém, notando em si a excelência de uma virtude, reconhece não estar nele a origem dela, mas sim numa dádiva divina.
Exemplo incomparável encontramos na manjedoura da Gruta de Belém. Ali está reclinado o doce Menino Jesus. Ele tem um conhecimento absoluto de Si e de sua origem eterna, enquanto Unigênito de Deus, como também tem perfeita consciência, enquanto Homem, da glória que Lhe foi concedida pelo Pai ao entrar no mundo e ser constituído centro do universo, Juiz dos vivos e dos mortos.
Dos homens, pobres criaturas, Ele apenas exige um reconhecimento simples: nossos louvores nada Lhe acrescentam, porém, são o tributo humilde da homenagem que Lhe devemos, como poderiam ser as aclamações feitas por crianças, colocadas à beira do caminho, a um vencedor em seu desfile triunfal.
Deus é o único Ser que merece toda a glória. Neste Natal, unamos as vozes de nossos corações aos cânticos angélicos e aproximemo-nos do Presépio onde repousa o Divino Infante para render-Lhe nossa adoração. Confessemos nossa contingência e reconheçamos sua infinita grandeza, que se dignou assumir nossa carne para tornar-nos partícipes de sua glória por toda a eternidade!
Revista Arautos do Evangelho dez 2013
Simplesmente belo!