AS GRANDEZAS DA ARTE GÓTICA

Ir. Carmela Werner Ferreira, EP

O gótico é, antes de tudo, um vôo de espírito. Estilo caracteristicamente medieval, foi engendrado por gerações de Fé, cujo maior desejo era erigir templos à altura de sua finalidade: abrigar o Santíssimo Sacramento, celebrar diariamente a Sagrada Eucaristia, prestar homenagem à Santíssima Mãe de Deus e aos santos. Inúmeras são as construções espalhadas pela Europa que ainda hoje nos fazem conhecer a harmonia perfeita, a elegância e a leveza que a pedra trabalhada e o vidro colorido são capazes de transmitir.

Desejoso de exprimir através do belo o seu amor a Deus, o homem medieval escreveu o Evangelho em pedra e vidro, de modo que todos, grandes e pequenos, alfabetizados e analfabetos, pudessem, pelos séculos afora, conhecer melhor a Nosso Senhor.

Consideremos, por exemplo, a catedral de Reims, localizada na região da Champanha, na França. Está erguida no local onde foi batizado Clóvis, rei dos Francos, no final do século V, acontecimento que tornou Reims a cidade na qual os reis franceses eram coroados, além de marcar nas páginas da história o surgimento da primeira nação católica do mundo.

A construção do edifício que atualmente lá se contempla teve início em 1211, e a parte essencial da Catedral foi completada em menos de um século, o que para a época era de uma considerável rapidez. O interior foi terminado no fim do século XIII. Infelizmente, inúmeras dificuldades intervieram e o exterior não chegou a ser concluído. Faltam-lhe as torres, que cada admirador pode construir em sua própria imaginação.

Quem transpõe seus umbrais tem a impressão de sair desta terra. Arcadas e ogivas formam um conjunto de incomparável harmonia, e o colorido dos vitrais como que espalha pelo chão pedras preciosas de rara beleza. Seu interior incita-nos ao recolhimento e à meditação, ao mesmo tempo que nos invade uma alegria verdadeiramente sobrenatural. O gótico é uma arte constituída sobretudo de elevação de espírito, de Fé e de amor a Deus.

Revista Arautos do Evangelho abril 2002

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *