Quão suave é o Senhor
Ir. Letícia Sousa,EP
Tomemos, por exemplo, a Basílica Nossa Senhora do Rosário situada junto à principal casa de formação dos Arautos do Evangelho e nascida do enlevo de um varão cheio fé e que deseja que o Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo se estabeleça não só nas almas, mas em toda face da terra. Quem, pela primeira vez, entra na Basílica, crê contemplar a antecâmara do céu e solta uma exclamação de encanto e deslumbramento, pensando ter encontrado a suprema beleza que já toca no inverossímil nesta terra.
Dá significativo testemunho a este respeito um visitante: “Quando entrei na igreja, nossa!Eu senti que se existe um lugar onde mais me aproximei de Deus, foi ali. Nunca vi uma igreja mais linda. Reaproximei-me de Deus”.
Conservando o estilo gótico, elevado e tendente ao mais alto, a basílica faz com que de proche en proche a alma suba até Deus, atingindo um admirável equilíbrio de espírito que conduz ao auge do entusiasmo, porém calmo, sereno e sério que não produz frenesi, nem sensações de intemperança, como os ambientes igualitários de nossos dias.
Tudo no templo arrebata pelo esplendor das formas e ao mesmo tempo convida ao recolhimento e à oração. Os visitantes sentem-se no ápice do enlevo, da contemplação e da meditação com um convite a glorificar e servir a Deus, a Nossa Senhora e a Santa Igreja Católica Apostólica e Romana.
As harmonias inusitadas — como as cores — conseguem conciliar, num mesmo conjunto, simplicidade, elevação e realeza onde se presencia a grandiosidade de Nosso Senhor e uma intimidade com o sobrenatural. O fiel que ali reza sente a sublime graça de estar sendo recebido carinhosamente por seu Pai Celeste na sua corte mais íntima e comprova “quão suave é o Senhor”
“Assim como todos recebem a salvação pelas sílabas contidas nos evangelhos, assim também sábios e ignorantes recebem a sua parte dessa bem-aventurança pelo efeito das imagens coloridas que têm sob os olhos. Pois, o que a língua diz e prega com sílabas, essa escritura o faz por cores”. 1Contemplando tais maravilhas, a alma se dá conta de que foi criada para algo muito superior ao que existe nesta terra. Vê que esta relação harmônica que há entre as belezas materiais e sua própria alma é um prelúdio do que lhe está reservado no Céu.
Portanto, envolvidos por um panorama transbordante de sobrenatural, recorramos a Nosso Senhor, cujo Sagrado Coração é uma fonte de inesgotáveis misericórdias, pedindo que a suavidade d’Ele amenize nossos sofrimentos; que nos dê forças para melhor suportá-los, para que, assim, possamos caminhar santamente sobre esta terra e alcançar a felicidade eterna.
1 Etienne Gilson. Introdução às artes do belo, p.15.